terça-feira, 23 de junho de 2009

PM deixa a USP, mas a luta continua


Desde 1º junho, PMs estiveram presentes na USP, intimidando a comunidade acadêmica e violando a autonomia universitária que se mobiliza por reivindicações, em mais uma demonstração de desrespeito à democracia e descaso com a educação do Governo José Serra, do PSDB.
Já durava desde 5 de maio a paralisação dos funcionários, seguida de adesão de alunos e professores no dia 5 de junho. O movimento culminou em violento confronto com a polícia, que ocupou o campus, o que não era visto na USP desde a Ditadura Militar.

Manifestantes foram covardemente agredidos pela tropa de choque, mesmo enquanto estudantes ofereciam flores aos policiais, demonstrando não desejarem um enfrentamento.
A ação foi muito criticada pelas entidades da USP.

Segundo o boletim da Asduerj, associação dos docentes da UERJ,

"o Sindicato dos Trabalhadores da USP, em www.sintusp.org.br, também classificou como "guerra" o ataque sofrido pelos manifestantes. Em nota publicada no site da entidade, os funcionários relatam o desenrolar do conflito, que teve início durante ato dos três segmentos pela retirada imediata da PM do campus. "Um enorme contingente da tropa de choque entrou na Universidade atirando bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, tiros de escopeta calibre 12 com balas de borracha. Houve uma grande perseguição e ataques a todos os manifestantes, por mais de 1 hora, dentro da USP", descreve o texto.

O DCE Livre da USP divulgou "Carta aberta à sociedade sobre a agressão da PM de Serra aos professores, funcionários e estudantes da USP". No texto, os alunos listam as reivindicações que motivaram o ato do dia 09/06: "chamar a atenção da opinião pública para a implementação desses cursos a distância; contra a administração truculenta da reitora Suely Vilela; em unidade com a greve dos funcionários e professores que reivindicam aumento de salário; e contra a presença da Polícia Militar na universidade".

As entidades representativas da UERJ, DCE, Sintuperj e Asduerj manifestaram seu repúdio à truculência ocorrida em moção conjunta.

Hoje, 23 de junho, segundo notícia do sítio A Tarde Online,

"A USP amanheceu ontem sem PMs e sem piquetes de funcionários. O avanço nas negociações, no entanto, parou por aí: a reunião entre reitores de USP, Unesp e Unicamp e representantes de servidores, professores e alunos das três universidades públicas de São Paulo acabou sem acordo. Os reitores apenas repetiram a proposta já feita de reajuste salarial de 6,05% – para repor a inflação do último ano. Os grevistas cobram aumento de 16% e um valor extra de R$ 200. A reportagem apurou que os reitores consideram inviável aumentar o percentual de reajuste oferecido, uma vez que o comprometimento com a folha de pagamento já é considerado alto. Estariam dispostos apenas a atender reivindicações laterais, como por exemplo reajustes no vale-refeição."
Foi realizado um ato durante as negociações de 2a feira entre o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e o Fórum das Seis - entidade que representa funcionários, docentes e alunos de USP, Unesp e Unicamp , e continua o impasse. Cogita-se também nova ocupação da Reitoria, a exemplo de 2007, em que foram obtidas muitas conquistas para a Universidade.

Fontes: Boletim Asduerj

Veja a moção de repúdio das entidades da UERJ em: http://dce-uerj.blogspot.com/

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